sexta-feira, 29 de julho de 2011

O PECADO

Já te sentis-te sujo?
Não é mais do que isso. O pecado existe na nossa crença seja ela qual for, e a parte mais dolorosa é que existe aos olhos dos outros e o problema é o que fazemos com tudo isso. Não vou falar demais, lembro-te apenas do bom ladrão na cruz ao lado de Cristo. As suas vidas não são paralelas mas cruzam-se na tangência da crucificação pública. O bom ladrão reconheceu que não era digno de estar na mesma cruz de Jesus. Outros o fizeram sem o abandonar com a crença da paz nos reinos dos céus.
Não sujes o evangelho com o pecado de o temer. O verbo é apenas um caminho para a libertação, e a libertação não e uma série compacta de definições é o livre arbítrio que Deus deixou a Cristo Homem e aos Homens seus irmãos. Muitos homens conversam, muitos poucos edificam não sei serei o melhor dos Cristãos para te dizer isto, mas acreditamos nas coisas que existem e não existem e por elas somos condenados ou salvos; como ver uma alma num muro na madrugada da noite que se edificou.

sábado, 23 de julho de 2011

SÁBADO

Ainda não e Domingo. O meu judeu portou-se mal mas precisava do vento da vela.
Um dia parti , e na volta descobri que deixei a âncora donde tinha partido. Algumas terras não muitas, mas também não poucas, o mundo une-se no cumprir da volta e a saudade são as outras escalas que fazem a melodia.
Há quem cante para saber o caminho, há quem cante por ter medo ao silêncio mas hoje é sábado e algum mundo cumpre tradição. Voa amigo nos caminhos como eu macaco levo a harmonia no salto, e toda a criação se empenha na diversidade.
Cantar sem voz sem cair na tentação do soprano, eu diria que são muitas as canções de Babilónia num só céu.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

O NOVO TRANSE

Mil galáxias fazem os cinco planetas. Os cinco planetas fazem o incontornável. Os planetas regem a gravidade e a ordem cresce procurando um onde aonde viver. Estamos em transe, o frio "glaciar" da Nortada leva-nos a confusão da esplanada mas salva-nos dessa luta odiosa pela energia e assim sabemos que é Verão.
Há uma música que toca vem dos povos que ainda rezam a eternidade e nós que já não a sabemos de uma forma no reagir espontâneo procuramos-a em sentidos mais materiais do cosmos. As cidades sem nós são apenas um templo vazio. Alguém se esqueceu da nossa.
Caminhamos na selva do concreto numa fonte periférica os sonhos antigos ainda são canção, mas a vida que o homem inventou de novo no novo levam-nos daqui. Uma novo mapa celestial?
Gastamos milhões em infraestruturas para fazermos a rede metropolitana do Grande Porto, coube-nos alguma coisas que pensamos obsoletas mas o sonho do cartão da rede por exemplo Andante (CP+SCTP+Metro) permite-nos pequenas viagens de tempo não muito caras se olharmos para o absurdo que gastamos em energia em coisas supérfluas como irmos levar o cão a mijar de carro, podendo começar por aí uma pequena forma de cidadania.
O resto que está perdido é como aquela casa sozinha do monte onde chega quem quer a terra, a mão de todos com a boa vontade fará erguer o que queremos.
Penso que devido à densidade populacional a que foi sujeita faz todo o sentido, ela poderá ser a salvação para a periferia deserta que avança. Ahhh! Os poderes do núcleo são excessivos, talvez, mas no átomo também existem condições nas trocas periféricas, não podemos fazer a "Metropolis" sem os dois.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

ISTO SÓ VIDEO

Este poste tem um quanto de antigo. A tecnologia que o moveu já tem uns anos, é um must da rede mas na razão clara da óptica da liberdade do íntimo terá que ser pensada.
Existem dezenas de portais um mais suportados pelo main stream do que os outros onde muita das vezes até duma forma ingénua colocamos dezenas de vídeos sobre aspectos íntimos das pessoas, tirando-lhes a liberdade de ter um sorriso no anónimo (para não me lembrar de coisas mais horrendas que podem comprometer as suas vidas pessoais, sociais, e profissionais por um simples acto jucoso).
Depois já era, e como dizia a canção "Video kill de radio star", e são dezenas de milhares de vídeos a imitar a mensagem original ou gesto original por os quais os portais que os mostram querem usufruir sem pagar os direitos aos artistas.
Também é um canal publicitário e de pequenos filmes que todos os dias nos são sugeridos para ver quem se ri de quem. Não sou parvo. Também me rio de alguns mas assumo a ignorância de não saber de quem me rio, e o resto da história já é conhecido onde todos os domínios que entram na ciência da publicidade não o importa o meio mas o fim de estar mais tempo no ar.
Um portal que não conheço e perdoem-me se já existe e que gostaria de ver era um portal com esses pequenos milhões de filmes que a liberdade da tecnologia nos deixa sonhar sem a pressão do tridente. Isso sim era vi...Deo.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

O CAMINHO DO CEGO

Um cego caminhava numa noite escura com uma lamparina. Caminhava lentamente mas seguro da sua luz.Alguém se cruza no caminho e estranha a ceguez e pergunta-lhe:
- Se és cego porque levas a lamparina acesa?
- Apenas para ninguém vir contra mim...
É uma história oriental. Preciso de a contar hoje para me lembrar duma coisa importante. O que vêm os olhos sem o coração? O coração é uma máquina é certo, mas sem grande ajudas aperta quando sente. Qualquer coisa de alquimia? Mais simples.
Caminho desenfreado no paradigma dos prédios e dos edifícios encontro a sede e o meu vareiro sábio diz-me no seu mar da tranquilidade:
- Não vás na maldade!
E eu como o cego desligo-me desses olhos mas não evitando por vezes o regresso da maré negra.

terça-feira, 19 de julho de 2011

MAIS UM POST(E) SENTIDO

É estranho começar sempre a olhar para as teclas. Mas ainda ontem comprovei lembrando-me do primeiro trio de medalhados do atletismo português Carlos Lopes, Rosa Mota e um atleta cá da terra muitas vezes esquecido António Leitão (um gajo é da rua onde vive ou não é).
Antes de começar temos que nos decidir. A força do concreto a vencer é a locomoção do objectivo, temos que nos meter na onda para a encontrar. Essa paz vem da decisão, sem ela o medo toma conta do empreendimento. Não é apenas querer é a conjugação metafisica do cosmos. Depois é o pleno levitar no desejo que nos faz correr.
Estava mourrinã a cair a noite e eu sou o filme lento da marginal crescendo raízes num post(e) sentido.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

A CERTEZA DA INCOGNITA

O mar parece vazio. Um navio nele é uma esperança para a solidão. Estou só (mas não sozinho) sem sinais das bóias para navegar. Não sei se o fantasma sou eu ou se tudo é assombrado. Os e-mais do custume com cripto-mensagens a adivinhar o posto do poiso dos búzios, poucas páginas visito, poucos vídeos vejo, pouco pouco tudo.
Resolvo a equação, são muitas as operações. Está vive duma variável. O que me faz manter aqui?
A incógnita que ainda me trás aqui é o silêncio por adivinhar. "Dá-me um sinal para voltar?" - cantavam os Xutos, mas fico indeciso na volta da resolução porque a equação chega sempre ao fim acertada ou errada e o absurdo é o valor da incógnita.

sábado, 16 de julho de 2011

DESPERTARES

A vida é bela no sono e completa no despertar. O sono que não nos deixa ver, como aquela sombra em que nos reflectimos no escuro. Quase todos os povos acreditam na iluminação, penso que não é nada um fenómeno de ocorrência de trovoadas mas um passo mais simples que ouvir a luz que o sono apagou. Fé. Diria que sim para onde a quisermos transpor mesmo na vida sem grandes crenças a luz do gesto seguinte é o principio da caminhada. Acreditar não é fácil, errar é humano e custa-nos aceitar os erros dos outros que também são os nossos mas não os conseguimos ver. Deus faz essas brincadeiras connosco evitando assim grandes tragédias.
Depois do depois tem de vir a humanidade ou amargamos nela.
A Rede Social assim o faz muitas das vezes substituindo o verbo pelo alimento salvando-se porém o altruísmo. A Rede pode ser engenhosa na sua fabulação mas na sua maquinação perde-se por vezes a luz do íntimo pela força invertida da inteligência.
A verdade não é o caminho da dor para nos salvar é apenas o despertar da liberdade de existirmos sem nos acorrentar-mos na mentira.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

TODOS OS DIAS

O dia pareceu-me enganado (nunca temos tendência para acreditar no engano relógio e o tempo a passar é anacrónico). Passa a varina. Bom dia que mar leva? O mar que eu encontro uns minutos mais à frente.
Já fui um ser errante da noite, ainda ontem voltou no desenho feito antes de o sono químico me tombar e então encerrei-me nesses sonhos que já não tento adivinhar por me serem impostos como que uma má paga por estar vivo.
Agora sem a força cerrada do conjunto, vivo com o sol. Por vezes (já foi mais raro) vejo o seu amanhecer levar a preguiça boa para o céu, derreto a menina dos olhos pela tarde e guardo-o a ir embora na magia que impõe retrato, como se toda a poesia não fosse mais que uma cara quente.
O corpo bebe do sol mais do que a comida se o levar-mos a eito a vida por mais dura que pareça, nas meninas madrugadoras e cheirosas do banho que rumam à estação para o emprego na madrugada que novamente se faz cumprir. Algo de estranho leva o tempo parece que se apressou com as nossas vidas e quem fica à margem (existem muitos) com o cair do mesmo fica imune à febre da corrente, alguém mexeu no jogo dos planetas.
Todos os dias a rede contínua a insónia na luz perfeita do monitor que embebeda a rotina.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

A EVOLUÇÃO DA REVOLUÇÃO

Os ventos do tempo pedem sempre revoluções. As revoluções fazem-se acreditando no sonho de um mundo melhor e na pior das hipóteses na crença duma ruptura com o que já existe muitas vezes sem o pensamento de implementar o bem comum.
Muitas revoluções algumas com centenas de anos continuam-se por fazer cumprir. Ainda estalava o chicote dos Faraós faz tempos de história e dá-se a primeira greve (que pelo menos eu conheço narrada pela Bíblia) dos trabalhadores das obras faraónicas protestarem com as condições de trabalho devido à forte exploração na especulação das matérias primas que lhes acabava de tirar o pão. Outros homens santos e sem capela edificaram condutas pela luta mais fiel da história da humanidade a de ter uma vida digna.
Em que fica a revolução? Nesse tombo cíclico fechado de voltas cegas quando caí a dignidade e nos fazemos levantar por ela presa a esses ciclos económicos frutos dos fluxos dessa prática exaustiva que nos vende a igualdade do consumo em vez de nos fazer usufruir o bem comum (por muito lírico que seja).
Ainda há 50 anos num país que se dignava ser o porta estandarte das lutas pela liberdade os negros não podiam usar os mesmos autocarros e escolas que as pessoas de cor que se dizia certa. Não quero levantar um ódio ultrapassado a (r)evolução fez-se e ambos os intervenientes deram filhos ao bem comum no caminho certo que a humanidade se tem que encontrar, raça humana? espécie humana? diria que palavra certa será ser humano.
Quero eu dizer com tudo isto que não precisamos de novos sistemas para cumprir o sonho revolucionário o da vida humana com dignidade ainda é distante até em algumas portas perto de nós.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

A MALDADE

Encontro-me sem mim, como que ás escondidas. O mundo é esse lugar de forças orbitais onde todos praticamos acções. Falar da Bondade é difícil ela mesmo se não for uma acção concreta digamos que fica no domínio dos bons pensamentos (que são precisos mas não suficientes).
Preocupa-me outra força a do domínio da maldade no reger das tecnologias de informação. Elas são uma tentação de criar factos apoiados em pseudo-realidades como por exemplo uma imagem até verdadeira com a legendagem errada pode provocar danos graves nas nossas vidas e sobretudo nas nossas crenças ideológicas-espirituais. Fora das tecnologias a vida também o era assim, desde o principio que a mentira acompanha a terra, algumas salvam-se na redenção se bem que desnecessárias como mentir para salvar alguém, quero eu dizer que não nos conseguimos livrar da mentira é uma verdade diria absoluta, mas a doença da maldade reside em fazer crença dela como um poder que nos torna um super-herói invencível.
Depois como lei antiga é o olho por olho dente por dente e como dizia o pastor baptista americano - Martin Luther King, ficamos todos mais cegos. Apenas queria dizer que as maldades não se apagam com maldades (e nem pensem em relaxar e dizer que tem que ser assim), é assim que caminhos todos para o abismo sem pensar que ele é a própria verdade, salvando-se quem um dia despertar para ela antes de cair de vez no chão. Depois disso a vida corre como os chats no principio da web é um tombar e levantar por falha de rede. Amén. :).

terça-feira, 12 de julho de 2011

A REDE DOS SONHOS

Todo o homem é também um grande ilusionista. Aprendi-o também faz anos num filme do Sérvio Kusturika. Além da capacidade de sonharmos temos a necessidade que também as pessoas compartilhem os nossos sonhos na sua maior simplicidade como por exemplo o sonho de ter um filho ou numa forma mais complexa como por exemplo um movimento cívico.
Existe toda uma rede de sonhos que se alimenta de si mesmo, a mensagem que no momento sós nos faz sorrir, o email que chega com noticias daquele alguém que precisávamos de ouvir, o gesto que convida ao deleito na rede do etéreo e que nos continuam a fazer sonhar ou na pior das hipóteses mudar de "conta".
A grande ilusão ainda nos mantém aqui fazendo da janela o ponto de fuga para a vida, substituindo as ferramentas convencionais de trabalho, sustentando os relacionamentos sociais para os quais deixamos de ter espaço e tempo para os fazer cumprir, ou o simples absurdo de procurar o infinito ainda é a forma mais barata de viajarmos numa máquina do tempo.
O ilusionista olha para dentro de si e já não sabe o que segura, se a ilusão da saudade ou a saudade da ilusão.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

A RAIZ E A MEMÓRIA

A nossa herança cultural é a raiz que abraça a terra, sem as mesmas e só em experiências hediondas comportamentais, não conseguimos viver. Ser anti-social? Demasiado complicado num mundo em que a vertigem do tempo acelerado ao ritmo dos frames e do que está In e está Out na coluna do Opinion Maker (e eu também o sou na qualidade de Blogger digo-o para não esquecer da importância na eventualidade de alguém ler isto) num espécie de cultura do vácuo, não a digo uma não cultura...mas estranha. Mas inverter o sentido crescente da rio descontrolado na sua enchente (comportamos-nos até estar fartos e na ruína ou na desgraça mudamos de opinião) podemos e devemos ficar à margem.
Não o digo numa atitude vertical nacionalista, comporto comportamentos extra raízes primárias dos quais não abdico na força do meu ser, que nesse estranho modo são raízes ou melhor são o prolongamento das raízes das quais cresci.
As raízes são a sede da vida e a memória a terra que lhe dá a seiva, a terra é esperança em todo lado e para todo lado crescem as raízes.

sábado, 9 de julho de 2011

O DIA A SEGUIR

A rede na sua calma éterea é ao mesmo tempo uma coisa vertiginosa. Estou calmamente à procura do que vos dizer e no entanto sei a sombra que me segue pintada com a desgraçada como se todos os lençóis de mundo ao sol estivessem por lavar. Cantava a Diva faz muitos anos aprendi-o faz uns tempos a perceber os versos simples dela. "Povo que lavas no rio / Que talhas com teu machado / As tábuas do meu caixão./Pode haver quem te defenda,/Quem compre o teu chão sagrado, / Mas a tua vida não.". Quando se faz um exercício escrito como "blogar" quem o faz no acto de sustentar uma tese por tese no exercício do verbo, ou acaba numa doutrina vazia por a exercer sem a crer e querer ou então abre as portas do ser sem medo do que o possam gozar um pouco como o rei nú que passa sem as vestes mas e no entanto acredita que as tem.
O dia a seguir começa sempre em forma de ressaca será dos sonhos? Melhor bebedeira não há.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

O COMPROMISSO

A vida escolhe-nos para desempenhar-mos papéis para além do que somos realmente. Não podemos viver sem desempenhar o social. O social é uma coisa complicada, não dando mais importância do que realmente tem não estou a falar da vida que fica entre chavetas no retrato da revista somos feito de tudo um resto de acções das quais não se mede a importância de grandeza. Todos os dias a soma de acções fazem o desempenho do actor nas redes sociais (acho que já não me dou ao trabalho de distinguir as "reais" das "virtuais".
A vida escolhe-nos para um compromisso sério, não estou a matar os "filmes" pelo contrário precisamos de filmes sérios, o ego não pode ser entendido como uma coisa nefasta. O ego da força da verdade no compromisso do real faz maravilhas a qualquer ser humano.
O compromisso pelo real pode ser uma coisa simples como o bom dia a um vizinho que cruzamos faz anos ao descer as escadas do prédio e de que lhe apenas conhecemos o ruído dos canos e crescer em mais laços livres de nós cegos, o compromisso de sermos fiéis ao que realmente é importante (e isso é o íntimo de cada um).

quinta-feira, 7 de julho de 2011

O DILEMA VERDADEIRO

Abrir a mão e deixar um mosquito pousar. Calmamente fitar a sua fisionomia, as duas asas compridas a cabeça e o ferrão com o qual bebe a vida e com qual também mistura as vidas que conhece. Ele ainda pousa na mão, e agora fito-o pensando com o medo de ele me morder que melhor será mata-lo antes que me ataque. O medo é uma coisa terrível por causa dele pensamos em formas de retaliação conquistando o medo dos outros. O medo de pessoas de outra cor, de outra sexologia e de outros pensamentos políticos e sociais leva-nos a reagir por desconfiança na acções mais puras. Medos de infecções, medo de deixar-mos de ser iguais, medo do medo.
O mosquito não sei o que pensa. Talvez em sobreviver. E eu faço o mesmo por razões de sobrevivência são o nosso maior predador.
Tenho o mosquito na mão ambos sabemos da luta por viver e o que nos segura da morte é o frágil fio da paz de acreditarmos um no outro.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

O PRINCÍPIO REGENTE

O universo ainda nos é uma incógnita. Não no princípio da abstracção esse que desafia todas e quaisquer leis da física por o principio livre de o imaginar. A dúvida reside na regência e na ordenação e classificação do mesmo. Bebendo a bíblia o criador não usou o grande passo de magia para criar tudo duma vez como os físicos gostam de explicar na teoria mais popular conhecida por Big Bang, talvez as duas sejam uma ilusão de si próprias para explicar o milagre da vida.
De todas elas, depreendo que se tentou dar um principio regente ao caos. Será mais confortável termos um Principio Regente que nos faça evoluir?
Explico-me. Na linguagem temos anos de estudo para compreendermos o que dizemos e o como o dizemos. Sabemos o código. Mas como na estrada os movimentos são inseridos num sistema fechado de regras mas não o pensamos analiticamente para o fazer cumprir. Assim começou a linguagem no suspiro da mulher, no grito do homem livre de todas as palavras e até do significado que se encerra em si próprio.
A evolução e não me percebam mal se não for encarada de forma espiritual (por tudo estranho e místico que possa parecer) não passa de uma tentativa de dar formas sem conteúdo como um homem encerrado nas suas próprias questões que não nos abandonam via deontologia (quem sou, onde vou...) no entanto todo homem tem o direito e o dever de dar respostas ao seu tempo.
O Princípio Regente é a caixa de pandora da Evolução e tenho medo de dizer isto.

terça-feira, 5 de julho de 2011

PRAIAS SEM REDE

Fazia uns anos de branco escondido dentro do meu chapéu. Esqueci-me dela noutros amores. Fazia anos que não me sentava no mergulho do fim da tarde reluzente no meio bronze. Pelo meio conheci algumas no pó do caminho paradisíacas.
A praia ficou perdida da adolescência e salvou-se no sonho inconsciente mais puro de surfar ondas, cada vez mais e maiores. A mentira é um grande mal, quase sempre temos a tentação de acabar de nos acreditarmos nas próprias mentiras por muitos fortes e conscientes que sejamos, mas salva-se a mentira que nos segura na tona da vida no mar da inconsciência.
Fazia há uns dias uma praia desconhecida lembrando-me quase sempre a da minha porta e enquanto caminhava uma gaivota lá dos céus bombardeou-me com as suas fezes. Não fiquei chateado, nem pensando na pouca probabilidade daquilo ser obra do caos verdadeiro, não me alonguei em especulações fiz peito e mergulhei no mar que magicamente me limpou do sucedido. As gaivotas continuam a ser maltratadas. Roubamos-lhes o habitat e damos-lhes as lixeiras em troca compreendo a sua revolta.
O mar uns metros mais à frente deu-me a graça de me levar numa das suas ondas e eu remei nela na força de acreditar que também sei deslizar sob as águas. Saí de peito feito cristalino na pureza da onda que me levou.
Na minha praia, a que fica no lugar onde vivo ainda é diferente, embora o esquecimento nos empurre para um revivalismo de "galifões" que não trazem os beijos (búzios) à areia.
"A rede das praias sob o sol de verão" e as praias sem rede são uma tentação.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

CAPS LOCK

É tempo urge desligar o grito no marasmo. É uma coisa mais ou menos geracional que se vai perdendo na luta infundada dos sonhos juvenis de quando acreditar é uma coisa colectiva, nem que seja num sonho difuso do estalo etílico na partilha de uma garrafa. Depois são cedências após cedências por o emprego, por a namorada e ainda por os filhos e assim morre pensamos nós a escrita. As letras maiúsculas ou a grande escrita ensinam-nos que a passagem do tempo é assim como uma espécie de conformismo crescente apesar de alguns felizes. O que faz manter os clássicos?
A formula mais ou menos sagrada dos princípios da novela com os seus atributos sagrados que com os seus cânones ainda se fazem manter agora ainda mais magicamente divulgados com o suporte cinematografo. Sempre existe o valor próprio da narrativa que flui de verdade sem a espada cortante da profissão. A humanidade caminha para um princípio ilógico que para tudo serão preciso habitações para se poder exercer a ela própria. Cursos para ser humanos? Soa estranho.
Poderia ficar ferido na condição de classe como se fosse ela a luta para resolver, mas depreendo que o que existe reinante é o medo das coisas livres em detrimento das habitações competentes (para não me amargar no alongar do pensamento).
Sem me perder no raciocínio e sem perder a magnitude do que realmente importa, escrever o romance é apenas fazer unlock do CAPS LOCK e o resto é tudo como a maldade desta vida se nos distrairmos do que ela realmente é... vender tudo a qualquer preço sem o verdadeiro apreço por as coisas que nos fazem de verdade.

sábado, 2 de julho de 2011

A MEMÓRIA DA REDE

Memória. A capacidade de armazenar dados e sentimentos ser ser necessariamente conhecimento, é capaz de ser o principio de todas as tragédias mesmo com a intervenção divina dos Deuses. Abro a manhã estendo o livro no quintal, o cheiro intenso a perfume deixa-me enjoado talvez por o conhecer de algum lado ou imaginar isso, varrendo os neurónios em busca de uma pessoa para o materializar mas ele é apenas uma armadilha da memória podendo na pior ou melhor das hipóteses ser um pensamento varrido em volta do esquecimento.
Agora o digito no computador em busca dela, mas a memória é como uma musa tem comportamentos estranhos fazendo-nos ir atrás dela mas só ela sabe onde vai parar na conjugação da informação que nos transmi-te e aí deixa de ser ela e passa a ser mais uma função em execução. Teremos a memória cheia? É um pouco infundado , os computadores comportam-se da seguinte maneira enquanto escrevem espalham as suas informações em toda a extensão do disco deixando espaços livre de escrita mas comportando-se como adquirida em toda a memória. Por vezes temos que proceder a uma desfragmentação ou seja analisar-mos e arrumar os dados para podermos novamente raciocinar. Tem também o nosso cérebro esse poder analítico criando esse comportamento para nos protegermos de psicoses ou de problemas ainda maior por saturação do comportamento viciativo do pensamento como um campo de minas onde todos os dias passamos com os pés tentando passar ilesos ao sofrimento na selecção de boas memórias.
A memória da rede também tem o seu comportamento colectivo como um extensa rede de computadores, existem sentimentos e factos que não produzem flores no canteiro da memória sem o impulso extra-pessoal fazendo deles apenas espaços preenchidos como éter numa garrafa deixando-nos alucinados no vazio da memória.
A rede é impiedosa tem comportamentos piramidais assim a definiu a geometria dos primeiros tempos, SISOP outros poderes e contrapoderes que nada parecem a ter a ver com a memória, mas ela é o cerne da operação, sem ela nada opera tudo se transforma numa máquina sem coração e essa é a mais terrível e trágica das memórias.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

A REDE DE SUPRAMERCADOS

O dinheiro é capaz de ser a invenção mais viciante da humanidade. Como todas as invenções o vício vem da utilidade, quanto mais útil mais apetecível. Da ideia apaixonada de trocar um pouco de comida por uma concha bonita da praia como se supõe tudo ter começado levamos tudo um pouco mais a sério desde há muito séculos, as moedas das primeiras civilizações, o papel franquia chinês ou as divisas romanas e transacções multi-bancarias com deslocação do capital para outros lugares sem o ter que deslocar propriamente dito inventado pelos templários na primeiro grande destino de peregrinação - a terra santa -pelo menos para a religião da cruz .
Com o dinheiro surgiram os mercados primeiro em pequena escala à economia regional, depois se espalharam em grande poder taxativo como foi o caso do império romano que usava por exemplo o trigo como pagamento ao seus soldados mais importantes nas suas caminhadas pelo alargamento do império o reste da furtuna lá se resolveria entre saques e troféus de guerra.
Os mercados mantiveram-se mais ou menos iguais até ao aparecimento do sistema bolsista que fez do dinheiro uma coisa ainda mais estranha do que já era até aí especulando um jogo de sorte ou azar e pouco realista e como já o disse aqui assente no valor das matérias primas.
Por fim e ainda vieram os supra mercados que fizeram uma coisa, não me queixo do mal em si que também é um bem, mas o mundo passou a ser desenho para que o "consumidor" (e somos mais ou menos tratados assim por quem pensa nisto e eu próprio já pensei assim) se deleite nas maravilhas desenhadas por as mentes criativas e pelo tridente psicológico criando-as como se fossem uma necessidade verdadeira. O "pecado" se é que alguém se importa com ele é o desperdício de matéria primas nobres que para as termos poluímos significativamente o planeta para nos dar-nos ao luxo do absurdo quando ele é mais gratuito que isso.
Os supra mercados salvaram uma grande parte do mundo da fome e da miséria (e ela é uma coisa discutível porque felizmente é composta por dois valores inseparáveis com os quais nos salvamos ou corrompemos o valor material e o valor espiritual) tornando-nos confortáveis na necessidade, talvez confortáveis demais por deixamos de ter o suor delas (sei que isto é uma coisa antiga e desprezível para a maior parte das pessoas), deixando-as de as respeitar como parte do planeta tornando-as parte do seu lixo (coisa que para a mãe natureza é indiferente a criação lá continuará indiferente sem a humanidade apenas um pouco mais pobre com os crimes cometidos por ela, mas também nós jogamos o jogo da sobrevivência com a esquizofrenia do pensamento que somos os seres superiores ) .
A rede dos Supramercados ajudou o homem a quebrar fronteiras imagináveis na sua liberdade ainda estamos a tempo (eu acredito) de não nos tornar-mos prisão dela.