quinta-feira, 11 de agosto de 2011

UM DIA FELIZ

Não sei do quartzo da memória. Tudo se dilui.
O todo volta em conjunto e vai-se no mesmo como um bloco de cimento que nos ferra a passagem para uma porta certa, e ela tem os seus dois enigmáticos lados; o de dentro e o de fora que de nada servem se não houver passagem.
O rito de quem atravessa o portal no pequeno script codificado como a persiana ao amanhecer abre a janela dos olhos. Sou diluente, sou "sujo" para me limpar e no fórmico tenho saudades de...saudades de um dia feliz.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O SUOR DA REDE

Por princípio a rede é um lugar meio esterilizado, quase sempre a fugir para o branco ou cinza e nos dias mais triste de fundo negro. Temos a força do eixo gravitacional em suspensão aliviada fazendo que a gravidade fique centrada no estômago fugindo para a boca, mas em antítese ao mover dos movimentos a boca torna a flectir para dentro numa espécie de vómito do silêncio exterior para o interior, e as mão falam digitando. Mas o suor que não aparece não é bem aceite pelo demais suores e nós disfarçamos-o com perfumes e desodorizantes, mas sentados junto ao ar condicionado para não mancharmos a camisa, e em contrapartida a alma coze-se sem o perceber doutra forma na electricidade estática.
No suor do terminal da esperança existe um homem que o tem que aceitar viverá sempre do suor do seu rosto e não terá que se envergonhar, não pelo principio de perfumar o mau cheiro mas por o princípio de cheirar .

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A PEDRA E A ACADEMIA

Era fim de tarde mesmo já noitinha. Chegava a casa acompanhada de meu pai. Dum carro ouço chamar o meu nome (alcunha) - Pipa!
E o mapa celeste acendeu a discussão momentânea com a certeza que pelo menos quem manda no nosso céu é a estrela polar. A conversa passa e recolhemos-nos ao caminho de cada um. A nossa conversa começou faz dezenas de anos como quase tudo na vida por acidente enquanto dissertava umas baboseiras mais ou menos poéticas sustentadas pela volatilização do absinto que consumia na altura. Não faltaram anos de livros trocados e perdidos ;) não faltaram conversas que me amadureceram intelectualmente nas aulas perdidas dos bancos da escola.
Um dia veio a "Academia" desse meu amigo, de uma forma ou de outra os seus termos passaram a ser mais "sérios" como que castigando as minhas"pobres" palavras poéticas. Esse meu amigo tornou-se num filósofo. Fizemos um monte de patetices em nome da conduta intelectual que pouco importam para o assunto, mas também nos espraimos na cadeira do saber conseguindo alguns silêncios de não acrescentar senão estraga.
Não foi só o meu amigo que mudou. Faz uns abracei a via do Dojo, mais concretamente a do Karate e consegui finalmente dar resolução à falta de condição disciplinar da minha vida. Explico-te? - Não fazendo da disciplina um sistema (isso seria filosofia) ;) ela passou a articular a minha vida duma forma mais rigida no corpo mas mais harmoniosa duma outra forma.
Como as pedras do parque municipal, redondas na sua suspenção etéreo mas firmes na sua virtude.
A Academia também assenta a sua Pedra, noutros valores como o conhecimento cientifico das coisas e até em valores altruistas de servir a humanidade e ainda assim o é (antes de nos tentarmos ou nos tentarem).
A Pedra e a Academia diferem na vontade que as faz ver o mundo, uma para dentro dos olhos na planação do ser de tudo que a compõem no uno e a outra firma na dissecação do mesmo para o manter, o uno rifiro-me eu. É isso míudo de que te falo.